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Como fazer negócios em Portugal

O StartOut Brasil ocorre naturalmente na sua segunda missão em Lisboa, capital de Portugal, e o Blog StartOut vem trazer ao público externo que está curioso e interessado em conhecer melhor o programa, alguns detalhes do que os empreendedores têm aprendido. 

O papel de Matchmaker de Lisboa, pessoa/empresa que coloca as startups em contato com as empresas do local de destino, está sendo feito pela Atlantic Hub, consultoria de internacionalização de empresas com sede na capital portuguesa. Durante um dos webinars de mercado, João Cabral, diretor de inovação da empresa, falou um pouco sobre como fazer negócios em Portugal. 

Cabral inicia sua fala comentando sobre as diferenças de comportamento de empresários portugueses e brasileiros. Segundo o profissional, ambos apresentam uma forte aversão ao risco, mas a comunicação é algo sensível: é importante desenvolver um método de comunicação direta e compreender o perfil de cada empresário para construir a linguagem adequada caso a caso. 

“Esta é a vantagem que a Atlantic Hub oferece. Temos uma rede extensa de contatos brasileiros e portugueses, que reduz uma possível intolerância inicial para inserir um determinado produto no mercado”, diz. 

Além disso, João Cabral caracteriza a imagem do empreendedor português sobre as empresas brasileiras como “um bocadinho bipolar”. “Há setores nos quais os portugueses acham que os brasileiros são muito melhores, mas, em outros, apresentam forte relutância.”

O setor de serviços apresenta uma enorme oportunidade para o empreendedor brasileiro em Portugal. Cabral explica que o atendimento ao cliente brasileiro é muito mais atencioso e exemplifica a partir de uma situação recorrente em restaurantes: “aqui, se você está em um bar e terminou sua cerveja, o garçom não vai te perguntar se quer a segunda”, conta com bom humor. A área da comunicação e do marketing digital é outra onde o brasileiro é visto com bons olhos pelo europeu. 

“O português se vê tecnologicamente muito avançado”, João coloca como um contraponto. Segundo ele, as áreas de engenharia e inovação tecnológica apresentam mais dificuldade de inserção de empresas internacionais. “Em termos de adaptação, a questão mais importante é o networking. Sobretudo em negócios B2B: grande parte se faz por meio de contatos e relacionamentos.” 

Algumas das áreas que o profissional destaca como boas oportunidades são: energias renováveis, digitalização, cluster da saúde (empresas de software na área da saúde, funções nano), construção civil e o agronegócio sustentável. 

“O ecossistema de startup vem se desenvolvendo muito rapidamente, não só em Lisboa e no Porto. Portugal já tem uma série de incubadoras. Mesmo no interior, as entidades municipais se esforçam imensamente para abrir plataformas de incubação”, diz. Outra oportunidade interessante são os fundos europeus para inovação, mas João adverte que seu processo é burocrático, e o acesso não é fácil: “os fundos existem, mas é fundamental que as empresas já tenham um plano claro de capital de giro para depois concorrer a eles.”

João conclui com as vantagens de começar sua internacionalização por Lisboa. “Nós temos boas condições de tecnologia e infraestrutura. Estamos a duas horas de Londres e Paris, ou seja, Portugal é um epicentro estratégico para a sua inserção no mercado europeu”, finaliza.

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