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Após quase dois anos, Noeh conta como a imersão em outro país ajudou na estruturação da empresa

Oriunda de uma dissertação de mestrado defendido em 2014, a Noeh é uma startup brasileira que desenvolve sapatos para crianças de até três anos que simulam o andar descalço. O objetivo do produto é garantir mais equilíbrio e segurança, além de ativar a musculatura do arco dos pés de forma, contribuindo para a formação correta dos mesmos.

Em 2017, a empresa passou pelo StartOut Brasil ciclo Paris para ganhar visibilidade, aumentar rede de contatos e encontrar um parceiro distribuidor. Após quase dois anos da imersão no ecossistema francês, conversamos com Ana Paula Lage, CEO da Noeh, para saber mais sobre a empresa e sobre o andamento do seu processo de internacionalização. Confira:

  1. Conte sobre a trajetória da Noeh. O que a empresa faz?

Tive meu olhar direcionado ao mundo dos bebês quando fiquei sabendo que seria tia. O “Joca da dindinha” transformou meu olhar para o mundo dos pequenos a ponto de mudar completamente os rumos do meu segundo mestrado, que deu origem a Noeh, em 2014.

Pesquisando sobre a interferência de superfícies no desenvolvimento dos pés, aprendi que o terreno naturalmente instável faz com que eles ativem toda a musculatura para manter o equilíbrio do corpo. Por esse motivo, calçados e pisos inadequados podem atrapalhar o desenvolvimento do pezinho do bebê, uma vez que impedem tanto a ativação da musculatura, quanto o desenvolvimento natural dos ossos.

  1. Qual é o diferencial da startup?

Criamos soluções para dar plenitude ao desenvolvimento infantil por meio de produtos como o sapato para bebês que diminuem em 73% a incidência de anormalidades nos pés devido a um mal desenvolvimento. Este é o único calçado infantil testado cientificamente para verificar os efeitos do uso na caminhada do bebê.

Ao contrário de outras 16 marcas comumente encontradas no mercado, que também foram testadas, o Noeh é o único que não altera o padrão da caminhada descalça das crianças, além de ser o calçado que mais estimula a formação do arco plantar sem modificar o posicionamento normal do tornozelo.

Por esses motivos, a solução gerou pedidos de patentes no Brasil, China, Europa, Estados Unidos, Índia e Japão.

  1. Quando você participou do StartOut Brasil? O que isso agregou para a sua empresa?

Participamos do StartOut Brasil ciclo Paris em dezembro de 2017. Estávamos no início da startup, ainda em fase de teste de mercado e o StartOut validou não só nosso produto, mas a relevância internacional do problema que resolvemos. Nós ganhamos dois dos três prêmios do Demoday que ocorreu lá, o que também nos deu reconhecimento e importância mercadológica.

  1. Conte sobre a sua experiência no StartOut Brasil.

Já se passaram quase dois anos e o que mais ficou de resultado, além dos dias de imersão e aprendizado, foi o networking que construímos e nos ajuda até hoje. Um dos melhores grupos de WhatsApp que tenho é o que conta com os organizadores e participantes do StartOut Paris e ajuda cada startup a crescer exponencialmente. Além disso, com o programa fizemos conexões que não conseguiríamos sozinhos. A imersão nos possibilita acessos que sozinhos dificilmente teríamos.

Outro grande ganho foi entender que o nosso produto tem um apelo global. Em países de primeiro mundo, como a França, por exemplo, o Governo apoia as iniciativas que são benéficas para a saúde, então a região está entre os nossos principais focos para internacionalização.

  1. Com qual intuito você se inscreveu no programa? Conseguiu atingir seu objetivo?

Tinha o intuito de ganhar visibilidade, aumentar nossa rede de contatos e encontrar um parceiro distribuidor. Atingimos os dois primeiros fortemente, porém ainda não tínhamos maturidade suficiente para aproveitar as conexões para que esse parceiro fosse de fato consolidado. Também existe um fator mercadológico que dificulta a internacionalização de startups, como leis e taxas, que não favorecem esse movimento.

  1. Hoje, como está o processo de internacionalização da Noeh?

Ainda não estamos internacionalizando. Primeiro, estamos fazendo as proteções e expandindo nossas patentes para quatro países e para a União Européia. Atualmente, nosso foco não é internacionalizar, pois isso envolve enviar produtos, algo complicado e caro. Ainda não temos musculatura para isso.

  1. O que você almeja para o futuro da sua startup?

Tenho o melhor calçado para os primeiros anos de vida da criança. Nosso intuito é que todos saibam disso e usufruam do produto.

  1. A Noeh tem alguma novidade que gostaria de compartilhar conosco?

Sim! Acabamos de lançar o Noeh Knit, um sapato feito com tecelagem 3D, deixando-o ainda mais tecnológico, durável, fresquinho e sustentável. Com uma proposta de crowdfunding, o cliente investe no produto pagando menos e, em troca, o recebe um pouco depois. Nós, por outro lado, recebemos o valor para investir na produção e podemos oferecer preços mais atrativos. Estão disponíveis 300 pares, com até 30% de desconto.

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